domingo, 16 de outubro de 2011

RESENHA - JOICE

Resenha do capítulo ‘Desenvolvimento Moral’ da obra Piaget para a Educação Pré-escolar, escrita por Constance Kamii e Rheta Devries, 2ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

DESENVOLVIMENTO MORAL

Joice Possa

O construtivismo de Piaget está presente, também, em suas idéias acerca do desenvolvimento moral da criança; acreditando que este também é um processo de construção do interior. Piaget acredita que as relações externas não contribuem para o desenvolvimento moral da criança, pois impedem o desenvolvimento de sua autonomia.
Normalmente, a criança aprende regras sociais em obediência aos adultos e ao meio, porém a obediência não contribui ao processo de desenvolvimento porque a criança deixa sua conduta ser governada e age assim para evitar castigos. Porém, quando a criança está consciente de sua conduta e possui uma relação de confiança com o adulto, ela cria suas próprias regras morais. Concordo com essas afirmações de Piaget pois conheço crianças que não aceitam ser ‘mandadas’, elas somente fazem o que é solicitado quando confiam e acreditam no adulto que solicita a atividade.
A criança nos primeiros anos de vida não é capaz de criar seu sistema de regras, dependerá do auxílio do adulto para criar suas próprias possibilidades. É através das relações não coersivas que o adulto ajudará a criança a passar de um estado egocêntrico para a descentração e coordenação interindividual. Aos poucos, ela compreenderá que os outros possuem desejos diferentes dos seus e passará a entender o porquê de emprestar seus brinquedos ou de cooperar com os outros.
Quando o adulto reduz seu poder, a criança consegue desenvolver sua autonomia. Piaget afirma que o indivíduo cooperará voluntariamente na medida em que pode escolher e decidir. É importante sim, como diz Piaget, que seja dada à criança a liberdade de escolha e decisão, porém essa liberdade é limitada, pois é impossível evitar a interferência do adulto.
Piaget estudou os tipos de sanções utilizadas pelos adultos para pressionar as crianças a obedecerem regras e as dividiu em dois tipos: sanções expiatórias e sanções por reciprocidade. As sanções expiatórias são aquelas em que não há relação lógica entre o ato da criança e o castigo ou punição imposta pelo adulto. Acredito que esse tipo de sanção gera somente a dor e a raiva na criança, uma vez que ela não entende porque está sendo punida daquela forma.
As sanções por reciprocidade são aquelas em que há relação lógica entre o ato da criança e a sanção. Esse tipo de sanção se caracteriza para as crianças por não ser arbitrário, ela compreende que se quebrar um brinquedo que gosta muito não terá mais seu brinquedo. É claro que o adulto não deixa de usar seu poder, mas como já foi dito, ele usa o mínimo de sua autoridade, possibilitando que a criança construa as suas próprias regras morais.
Piaget identificou seis tipos de sanção por reciprocidade, porém adverte que qualquer uma delas pode se tornar uma sanção expiatória à medida que o adulto as utilizar de forma punitiva. O elemento importante na relação entre o adulto e a criança é a atitude de cooperação; mas acredito que a confiança, também, seja essencial entre eles.

Resenha publicada pela aluna Joice Possa - Pedagogia 1

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