quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ARTIGO - RITA

A dimensão da família diante das deficiências.

Diante de uma sociedade que não sabe lidar com as diferenças, a família tem papel fundamental para assegurar o sustento material, físico, estrutural, emocional e em especial para enfrentar e superar o preconceito. A caminhada em busca do reconhecimento como pessoa de valor das pessoas com deficiências deve começar em casa, na família, ali desde cedo deve haver o estímulo para enfrentas suas limitações.
Quando um filho está para nascer, os pais moldam em suas mentes e corações um ser perfeito e saudável, e se esse ser vem com alguma característica diferente ao normal, no primeiro momento os pais ficam desacreditando que isso esteja acontecendo com eles, buscam saber onde foi o erro. O porquê está acontecendo com eles, tendo a impressão de que são os únicos com tal problema.
Daí a necessidade destes pais compreenderem de que especial não é só a criança, mas toda a família, pois esta tem papel fundamental para o desenvolvimento deste ser, esta não pode ficar parada, esperando que os outros ou a sociedade resolva. É necessário aceitar, acolher e incluir este ser primeiramente em casa e depois na escola, esta que é a porta de entrada na sociedade.
A família precisa ser promotora dessa inclusão pela aceitação da deficiência e limitações. Dar suporte para a formação de uma nova consciência que privilegie suas potencialidades, oportunizando meios de inserção na comunidade, favorecendo o aumento da auto-estima e seja impulsionado a sempre mais buscar formas de enfrentar os obstáculos e não somente se deter nas limitações. Além da família, a escola e os profissionais precisam trabalhar as potencialidades destas crianças, exigindo o máximo no seu desempenho para provocar a superação.
É preciso acabar com a cultura de isolar, esconder essas pessoas, sem oportunizá-las do convívio na sociedade. É fundamental incentivá-las desde pequena a enfrentar o preconceito e suas limitações, criar expectativas para o desenvolvimento e crescimento, indo à busca de seu espaço na sociedade como cidadão, com direitos e deveres a serem garantidos e respeitados. O sucesso e a possibilidade de vencer na vida destes seres dependem do empenho de todos os seguimentos que se envolvem no trabalho com eles.
Dentro das dificuldades, existem muitos fatores que podem comprometer a aprendizagem e que precisam ser tratados ou trabalhados desde cedo. Por isso, quanto mais cedo for diagnosticado e tratado, maior será o retorno positivo desta criança.
É preciso que os pais e a escola estejam atentos e avaliar, e se necessário buscar um diagnóstico mais aprofundado com profissionais especializados para encontrar as possíveis causas e tratar de forma correta. Um diagnóstico precoce e correto pode encurtar o caminho de superação e diminuir com o sofrimento de todos, da criança, da turma, da escola e, sobretudo da família. Em muitos casos é preciso uma equipe multidisciplinar trabalhando em sintonia e em contatos constantes para obter êxito nos resultados.

REFERENCIAIS:
TIBA,Içami: Quem ama educa. São Paulo. Ed Gente.2002
MARQUES,L.P. Em busca da compreensão da problemática da família do excepcional. 1992. Dissertação(Mestrado em Educação)- Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.
Revista MUNDO JOVEM- Ed 400. Setembro de 2009. p.18.
Revista PUCRS INFORMAÇÂO, nº 139- Maio/Junho, 2008. P. 13.

Artigo publicado pela aluna Rita Pizzi Locatelli - Pedagogia 1

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ARTIGO - JOICE

INCLUSÃO

Inclusão deve-se conhecer o que é realmente a inclusão; as pessoas com deficiência. palavra “deficiência” lembra ausência, anomalia ou insuficiência de um órgão, de uma função fisiológica, intelectual ou social (de acordo com o documento da CNBB,2006,p 32.). A noção de deficiência é complexa e está associada à ideia de imperfeição, fraqueza, carência, perda de qualidade e quantidade. A palavra deficiência não é negativa em si mesma, mas indica uma realidade de insuficiência.
A deficiência é a incapacidade, a perda ou a limitação das oportunidades de participar da vida em igualdade de condições com os demais. Pessoas com enfermidades ou deficiência intelectuais, mentais, visuais, auditivas ou da fala e as que têm dificuldade de mobilidade enfrentam barreiras físicas e psicológicas quase que constantemente, sua superação ou redução exige soluções diferenciadas e assumidas pela sociedade. As pessoas com deficiência não constituem um grupo homogêneo, e sim uma realidade complexa e muito presente em todas as sociedades.
As pessoas construíram termos e expressões para designar, caracterizar e diferenciar as pessoas com deficiência: paralítico, anormal, aleijado, mongoloide, alienado, portador de necessidades especiais, mancos, especiais cego, inválidos, surdos-mudos, imperfeito, retardado, débil mental, excepcional, etc. Todas essas palavras foram incorporados pela cultura, expressam posicionamento diante dessas realidades humanas, em diversos contextos históricos e culturais, mais ou menos preconceituosos.
A família é o primeiro espaço de inclusão da pessoa com deficiência, quando ele coloca solidária, positiva, a favor da pessoa humana, as deficiências e limitações se superam naturalmente.
Toda a criança tem o direito a educação. A criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas. O desenvolvimento humano é caracterizado por Piaget como um processo construtivo, resultante das contínuas interações do sujeito com o mundo “[...] Os valores da criança, são moldados de acordo com a imagem do pai e da mãe, ou dos mais velhos[...] Acriança procura agir segundo os modelos que lhe ao impostos, desenvolvendo assim um eu ideal”.(p.105;114 e 115.) Aquelas com necessidades educativas especiais precisam ter acesso à escola regular, que deveria “acomoda-las” dentro de uma pedagogia capaz de satisfazer essas necessidades.
Inclusão, necessariamente, pressupõe a formação continuada de professores para usarem estratégias de ensino mais diversificadas e mais dinâmicas, ou seja, mais compatíveis às crianças: estratégias estas que oportunizem as crianças terem vozes e serem ouvidas e onde suas experiências de vida e de riqueza pessoal, assim como suas necessidades e carências, não sejam ignoradas e negligenciadas pelo professor ou pela escola, mas sejam partes integrantes da vida escolar.

“Inclusão pressupõe uma escola com uma política participativa e uma cultura inclusiva, onde todos os membros da comunidade escolar são colaboradores entre si, apóiam-se mutuamente e aprendem uns com os outros a partir da reflexão sobre as práticas docentes, pressupõe um maior envolvimento com a família e a escola e a comunidade, onde todos buscam uma educação de qualidade para todas as crianças”.(Revista da Educação Especial, outubro. 2005 p.44.).


Pode se ver que a inclusão escolar não significa automaticamente aprendizado e alfabetização. A qualidade do ensino e o currículo, normalmente não são adaptados as necessidades das crianças com deficiência. Muitas escolas ainda, prestam mais atenção aos “impedimentos” do que aos potenciais dos alunos com necessidades educativas especiais.
As escolas deveriam assumir que as diferenças humanas são normais. A aprendizagem deveria ser adaptada às necessidades da criança, ao invés de se exigir a adaptação da criança.
Para ser uma escola inclusiva a mesma precisa acolhe todos os alunos independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou outras, sendo o principal desafio desenvolver uma pedagogia centrada no aluno, uma pedagogia capaz de educar e incluir além dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, aquelas que apresentam dificuldades temporárias ou permanentes na escola, as que estejam repetindo anos escolares, as que sejam a trabalhadores, as que vivem nas ruas, as que vivem na extrema pobreza, as que são vitimas de abusos, as que estão fora da escola, as que são superdotadas, pois a inclusão não se implica apenas aos alunos que apresentam alguma deficiência, como diz Hegarty, “[...]a escola inclusiva procura responder, de forma apropriada e com alta qualidade, à diferença em todas as formas que ela possa assumir” ( 2000.p.81).

“As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa em geral”, (MANTOAN, 1997, p.121).


Para que o sistema escolar construa uma comunidade escolar inclusiva é preciso o planejamento e o desenvolvimento do currículo que conduza aos resultados esperados pelo Estado e pelos setores educacionais. Preparar equipe para trabalhar de maneira cooperativa e compartilhar conhecimentos para melhorias, para um progresso contínuo. Investimento em tecnologia para dar apoio, servindo como um importante dispositivo da comunicação para conectar a escola à comunidade e o ensino dos resultados esperados, além de grupos de professores atuando como planejadores, instrutores e avaliadores de programas que conduzam a uma educação pedagógica inclusiva.
Como podemos perceber é necessário suporte para a ação pedagógica do professor. As adaptações curriculares são necessárias e constituem as possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos, Vygotsky, afirma que “uma prática escolar deverá necessariamente considerar o sujeito único, ativo e interativo no seu processo de conhecimento, já que ele não é visto como aquele que recebe passivamente as informações do exterior”(1996.p,109).
Por isso, percebe-se que é preciso refletir sobre a formação dos educadores, pois essa formação não é para preparar alguém para a diversidade, e sim para atender a todas as dificuldades possíveis na sala de aula, mas uma formação em que o educador irá olhar seu aluno de uma outra dimensão tendo assim acesso às peculiaridades desse aluno, entendendo e buscando apoio necessário.

Bibliografia

CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Campanha da Fraternidade 2006: Manual/ Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.-CNBB- São Paulo: Editora Salesiana, 2005.

EGARTY, Seamus. O apoio centrado na escola; novas oportunidades e novos desafios. In: RODRIGUES, David (org). Educação e diferença. Porto, Porto Editora, 2000.

MANTOAN, Maria Tereza E. Ser ou estar, eis a questão: explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro:WVA, 1997.

Revista da Educação Especial, Outubro 2005.Ano I. Nº 01.

Texto publicado pela aluna Joice Possa - Pedagogia 1

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TEXTO - JUCÉLIA

FORMAÇÃO PERMANENTE DE PROFESSORES: UMA NECESSIDADE CONSTANTE

A formação permanente do professor é uma necessidade constante, pois o aperfeiçoamento atualmente é um pré-requisito para a educação, bem como para qualquer outra área profissional. Se não ocorre essa formação, com certeza o professor ficará ultrapassado, e terá dificuldade em desenvolver aulas de acordo com a realidade em que vive e que sejam atrativas para os seus alunos.
Ressaltando o que colocamos acima a respeito da formação permanente, concordamos que é necessário “provocar que se veja a formação como parte intrínseca da profissão, assumindo uma interiorização cotidiana dos processos formativos e com um maior controle autônomo da formação”. (Imbernón, 2009). Ou seja a formação deve fazer parte do cotidiano da profissão de professores para que realmente se efetive.
Acreditamos que a formação, deve ser iniciada individualmente, por cada professor, para depois se partir para a formação coletiva, em grupo. A interdisciplinaridade é indispensável no dia-a-dia escolar, principalmente nas primeiras séries do Ensino Fundamental, mas primeiramente, o professor deve ter presente a realidade da sua disciplina, e da turma com que trabalha, por isso que a formação deve iniciar-se pela mesma.
A partir dessa formação inicial individual, voltada à sua área de conhecimento ou de atuação, o professor poderá partir para a formação coletiva, juntamente com seus colegas de escola, ou até mesmo de outras realidades, com condições de interagir com os colegas e as demais área do conhecimento, e a partir daí, sim , ter-se uma instituição com formação baseada na interdisciplinaridade.
Na realidade escolar que temos atualmente na nossa região e no país como um todo, esse processo, infelizmente, precisa ser repetido anualmente, pois convivemos com uma grande rotatividade de professores e administradores, que são mudados de escolas todo novo ano escolar. Por esse motivo, a formação individual com certeza é o que ajudará a formar a identidade do professor, e consequentemente, da instituição em que o mesmo atua.
É necessária essa formação, com objetivo de respeitar a identidade individual decada professor, bem como suas característivas pessoais, pois temos também a realidade, de muitos professores considerados “egoístas” e que não aceitam e não concordam com a interdisciplinaridade escolar. A partir da formação individual, com certeza a formação coletiva será melhor desenvolvida e efetivada.
Com essa coletividade na formação, os maiores beneficiados, com certeza serão os alunos, que são a razão da profissão educativa, bem como das instituições de ensino. Se houver um trabalho em conjunto das diferentes áreas do conhecimento, com certeza a aprendizagem escolar será melhor e maior, por parte dos alunos e o trabalho desenvolvido também se tornará mais atraente para os mesmos.
Esse trabalho interdisciplinar, que terá início após a formação coletiva do grupo dos professores, também é benéfica para os mesmos, pois o trabalho em conjunto, com certeza se tornará mais leve e abrirá inúmeras possibilidades de ligação entre as diversas áreas do conhecimento, e até mesmo entre diferentes níveis de ensino, e isso, certamente, só pode ser bom para a educação como um todo.
Concluindo, podemos dizer que “A mudança no futuro da formação permanente não deve ser a predominante, mas aquela que o professorado assuma ser sujeito da formação, compartindo seus significados com a consciência de que somos sujeitos quando nos diferenciamos trabalhando juntos e desenvolvendo uma identidade profissional...”. (Imbernón, 2009).

IMBERNÓN, Francisco. Formação permanente do professorado: novas tendências. São Paulo: Cortez, 2009.

Texto publicado pela aluna Jucélia Scarioti - Pedagogia 1